Esse menino é meio diferente...
Depois que descobri que a minha vida simplesmente não seria eterna, como eu até então subentendia, passei a interrogar meus pais, que, como disse antes, eram a única fonte de conhecimento a que eu podia recorrer. Mas, como também já disse antes, essa fonte de conhecimento era absolutamente ineficiente, porque eles( meus pais ) muito cedo me deixaram claro qual seria sua postura sobre este tema: "simplesmente não nos importamos". Mal sabia então, que seriam eles os primeiros de muuuuitos que me decepcionariam neste sentido. Mas pelo menos uma coisa eu pude arrancar de minha desinteressada mamãe: minha única ajuda possível, nesta área, só poderia vir do "Papai do Céu". Saber isso não era o bastante, mas quando eu insistia em obter mais informações, era invariavelmente ignorado. As únicas respostas que eu conseguia eram do tipo: "Isto é assim porque é, e pronto!" ou "Você ainda é muito pequeno pra ficar pensando nisso." e "Fica tranquilo que ainda vai demorar muito pra chegar a sua vez de morrer!". Não preciso dizer que este tipo de argumento não me convencia nada.
Bem, então, se eu não podia mesmo contar com os humanos, resolvi voltar-me para o misterioso "Papai do Céu". Sim, na verdade minha mãe já havia me falado sobre Ele, mesmo antes da minha fatídica descoberta, a da existência da morte. Já me fizera até( algumas esporádicas vezes )ajoelhar aos pés de minha cama para repetir: "Pai nosso..." - eu não entendia nada do que estava dizendo, mas, por algum motivo que mesmo hoje não sei explicar, era bom... Às vezes também me ensinava a orar para o meu anjo da guarda. E por isso tudo, eu imaginava que havia uma Força Maior, além do meu mundinho, que poderia me dar todas as respostas.
Assim, de quando em quando, eu me largava quieto num canto a pedir para Deus que me desse a vida eterna... Às vezes, ficava por horas( não é exagero ) olhando para o nada, absorto de tudo à minha volta. Minha mãe comentava com minhas tias: "Esse menino é meio diferente..."... Eu ainda tinha 4 anos de idade.
Agora que comecei a narrar a minha vida de buscador, desde o início, me lembrei de um fato que me aconteceu um pouco depois desse período, quando eu tinha já entre 5 e 6 anos de idade. Melhor dizendo, me lembrei do que ouvi minha mãe me contar, muitas vezes. Conta ela que numa madrugada foi desperta por um som de extrema beleza, como se fosse o cântico de um anjo... Levantou a cabeça do travesseiro para ouvir melhor, imaginando que talvez o som pudesse vir da TV, ou algo do gênero. Mas logo percebeu que não poderia ser isso, porque o que ela ouvia era( palavras dela ) uma música realmente sublime, celestial. Chacoalhou meu pai, que despertou e ficou também atônito ao ouvir a música. Segundo ele, era um cantar de extrema suavidade, quase hipnótico, sobrenatural. Levantaram-se e caminharam, pé ante pé, para o lugar de onde parecia vir o som. Vinha do meu quarto. Abriram a porta com cuidado, e viram o que nunca mais esqueceriam. O relato dos dois diz que
Eu estava deitado em minha cama, em decúbito frontal, com uma expressão de serenidade absoluta, e, no meio da penumbra, cantava com uma voz que, sem nenhuma dúvida, não era minha voz habitual. Com harmonia indescritível, e um timbre de voz como que celestial, eu cantava( ou de meus lábios saía ) a música mais maravilhosa que eles jamais haviam ouvido.
No dia seguinte, me perguntaram se eu me lembrava de alguma coisa. Eu não lembrava de nada, e não dei maior atenção ao ocorrido, que eles me contaram com os olhos marejados. Nunca atribuí maior importância a essa história, mas resolvi registrar, porque imagino que se algo parecido me acontecesse hoje, ou com alguém que conheço, eu certamente ficaria intrigado. Acharia, no mínimo, interessante.
Bem, então, se eu não podia mesmo contar com os humanos, resolvi voltar-me para o misterioso "Papai do Céu". Sim, na verdade minha mãe já havia me falado sobre Ele, mesmo antes da minha fatídica descoberta, a da existência da morte. Já me fizera até( algumas esporádicas vezes )ajoelhar aos pés de minha cama para repetir: "Pai nosso..." - eu não entendia nada do que estava dizendo, mas, por algum motivo que mesmo hoje não sei explicar, era bom... Às vezes também me ensinava a orar para o meu anjo da guarda. E por isso tudo, eu imaginava que havia uma Força Maior, além do meu mundinho, que poderia me dar todas as respostas.
Assim, de quando em quando, eu me largava quieto num canto a pedir para Deus que me desse a vida eterna... Às vezes, ficava por horas( não é exagero ) olhando para o nada, absorto de tudo à minha volta. Minha mãe comentava com minhas tias: "Esse menino é meio diferente..."... Eu ainda tinha 4 anos de idade.
Agora que comecei a narrar a minha vida de buscador, desde o início, me lembrei de um fato que me aconteceu um pouco depois desse período, quando eu tinha já entre 5 e 6 anos de idade. Melhor dizendo, me lembrei do que ouvi minha mãe me contar, muitas vezes. Conta ela que numa madrugada foi desperta por um som de extrema beleza, como se fosse o cântico de um anjo... Levantou a cabeça do travesseiro para ouvir melhor, imaginando que talvez o som pudesse vir da TV, ou algo do gênero. Mas logo percebeu que não poderia ser isso, porque o que ela ouvia era( palavras dela ) uma música realmente sublime, celestial. Chacoalhou meu pai, que despertou e ficou também atônito ao ouvir a música. Segundo ele, era um cantar de extrema suavidade, quase hipnótico, sobrenatural. Levantaram-se e caminharam, pé ante pé, para o lugar de onde parecia vir o som. Vinha do meu quarto. Abriram a porta com cuidado, e viram o que nunca mais esqueceriam. O relato dos dois diz que
Eu estava deitado em minha cama, em decúbito frontal, com uma expressão de serenidade absoluta, e, no meio da penumbra, cantava com uma voz que, sem nenhuma dúvida, não era minha voz habitual. Com harmonia indescritível, e um timbre de voz como que celestial, eu cantava( ou de meus lábios saía ) a música mais maravilhosa que eles jamais haviam ouvido.
No dia seguinte, me perguntaram se eu me lembrava de alguma coisa. Eu não lembrava de nada, e não dei maior atenção ao ocorrido, que eles me contaram com os olhos marejados. Nunca atribuí maior importância a essa história, mas resolvi registrar, porque imagino que se algo parecido me acontecesse hoje, ou com alguém que conheço, eu certamente ficaria intrigado. Acharia, no mínimo, interessante.
No mais, minha vida seguiu sem grandes novidades até os meus 11 anos, quando outro fato muito importante aconteceu...
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