04 janeiro 2007

Outro recomeço, outra tentativa...


De volta à estrada, mas agora não mais sozinho. Agora eu tinha Hana do meu lado, algo muito importante pra mim. Ela me apareceu num momento em que eu já começava a acreditar que seria um solitário por toda minha vida. Perguntava-me se isso acontecia como uma espécie de “efeito colateral” por ser um buscador tão ávido. Depois de tanto me decepcionar com o ser humano e me desencantar com a falta de seriedade das (poucas) pessoas que conheci que se aventuravam nos mesmos caminhos que eu, honestamente já não contava mais com um encontro com o que chamam de “alma gêmea”. E embora eu quisesse e tivesse pedido muito por ela, já não tinha muitas esperanças de encontrá-la. Foi exatamente aí que ela surgiu na minha vida.

Essa é uma história muito interessante, o modo como as coisas aconteceram entre nós, a maneira como tudo parecia conspirar em nosso favor... Nossa história está repleta de acontecimentos interessantes, uma interligação sem fim de conjunturas e coincidências que nos levaram a ficar juntos. Imagino que vocês gostariam de saber, e eu também gostaria de contar, mas isso vai ficar pra uma outra vez.

O fato é que nós éramos iguais em quase tudo. Não aquele igual chato, aquele relacionamento do tipo em que um só concorda com o outro o tempo todo. Tínhamos discordâncias e também nos desentendíamos, às vezes. Mas os nossos interesses e objetivos eram muito parecidos. Nosso jeito de encarar a vida, o mundo e as pessoas era muito igual. Hana demonstrava ter certas qualidades que eu um dia também tivera, mas que havia perdido ao longo do caminho. Ela me lembrava de coisas muito importantes que eu tinha esquecido. Depois de três meses de namoro, resolvemos e fomos morar juntos (e assim estamos até hoje, cinco anos e nove meses depois, cada vez mais felizes).

Sabem aquela velha história, “os opostos se atraem”? Na física pode ser, e na verdade nos relacionamentos eu sei que isso também acontece. Só tem um porém, atração é uma coisa, convivência é outra, muito diferente. Passei toda minha vida me relacionando com “opostos”, e posso dizer que já cumpri a minha cota de viver em “inferno astral”. Quando finalmente encontrei alguém que gostava das mesmas coisas que eu e que seguia uma mesma escala de valores, finalmente descobri o que significa felicidade num relacionamento. Posso dizer que isso existe e é possível. Ao menos foi assim comigo. Acho que é uma questão de escolha… Mas enfim, esse post não é sobre relacionamentos.

Hana vivia cantando um mantra específico, em sânscrito. Era um mantra suave e melódico, muito agradável de ouvir. Ela sabia a recitação completa, que era bastante longa e complicada. Um dia perguntei onde tinha aprendido e ela me disse que esse mantra era de autoria de um mestre que era para ela muito querido. Ela me disse também que sua antiga professora de expressão corporal, chamada Lídia Zózimo, havia sido curada de um câncer maligno no estômago, em estágio avançado, por este grande “homem santo” da Índia.

Essa tal professora Lídia, que eu não cheguei (ainda) a conhecer, segundo Hana vinha se submetendo há meses a tratamento quimioterápico, sem resultados. O câncer no estômago se alastrava para outros órgão internos, e ela encontrava-se já com seus dias contados. Foi aí que resolveu se desfazer de boa parte de tudo que tinha para angariar fundos para uma viagem à Índia, e para morar e se sustentar lá por alguns meses. Mística como ela só, seu objetivo era pedir ajuda ao “grande avatar”: O autor daquele mantra, do qual Hana tanto gostava. E assim ela fez. Conheceu pessoalmente esse famoso mestre e guru, considerado por milhões de pessoas ao redor do mundo como uma encarnação divina. Foi por ele recebida, conviveu com ele por um período, e... Por ele foi curada, completamente, do seu câncer maligno.

Até dois anos depois dessa experiência, período em que minha esposa concluiu o curso de teatro e as duas perderam contato, nenhum sinal de retorno da doença. Lídia possui e apresenta, como um troféu, exames da doença, datados de antes e depois do seu encontro com o grande mestre. Antes: completamente desenganada pela medicina, o único conselho dos médicos era para que tentasse aproveitar o resto do tempo que tinha da melhor maneira que pudesse. Comprovadamente. Depois: 100% curada. Comprovadamente.

Nesse exato instante estou movendo esforços para tentar localizar essa moça. Na verdade, eu já tinha esquecido essa história, e só agora que resolvi contá-la aqui no Arte das artes, minha curiosidade foi novemente aguçada. Quero muito entrevistá-la pessoalmente. Na verdade, esta é uma idéia antiga, mas devido às dificuldades eu acabei me esquecendo. Pra complicar ainda mais, "Lídia Zózimo" é um nome fictício. Coisas de uma professora de expressão corporal que dá aulas para alunos de teatro. Mas agora surgiu uma nova esperança: Recentemente, através do encontro de Hana com uma amiga antiga, surgiram notícias da antiga professora. E uma pista quente para encontrá-la. Estarei indo ao seu encontro em breve, e as minhas impressões, podem contar que vou divulgar por aqui.

Mas afinal, quem é esse grande guru e mestre, que cura doentes terminais e que supostamente é capaz de realizar inúmeros e incríveis milagres? O nome é Sai Baba.