O V N I ? - conclusão
Não sei até que ponto acho aconselhável misturar conjunturas. Vlad Lestat que o diga, já que ele às vezes até parece uma “voz” dentro da minha cabeça, tal a similaridade entre as coisas que diz e o que grita meu lado racional. Confesso que durante muito tempo eu tentei abafar esses gritos, na época em que achava que ter fé significava aceitar, acreditar cegamente em algo, sem questionar. Felizmente, essa fase durou pouco. Mas demorou muito até que eu entendesse que ser religioso, e por religioso quero dizer ser um buscador autêntico, não precisava significar necessariamente aceitar “um pacote pronto” desta ou daquela instituição, sem questionamentos. A chave está em saber conciliar o racional com o emocional. Razão e emoção/intuição: Enquanto humanos, somos aptos a fazer uso destes dois pólos para entender e lidar com a vida. Então, é razoável supor que devemos usá-los bem, em perfeito equilíbrio.
O que acontece se um questionador por natureza, como eu, rejeita as dúvidas que surgem ao longo do percurso, sem refletir, testar e ponderar muito bem, aceitando cegamente qualquer proposta de fé? Simples: Estas mesmas dúvidas, depois de um tempo e quando menos se espera, voltam para reclamar espaço. Vão perturbar, enlouquecer, e por fim derrubar por terra todas as convicções que foram instaladas “à força”. Eu sei. Já vivi isso, mais de uma vez. Muitas vezes eu desejei ser igual àquelas pessoas que se encontram nos templos de qualquer denominação religiosa, que crêem sem precisar ver. E eu sempre me sentindo “Tomé”, precisando ver, testar, comprovar tudo por mim mesmo. Até mesmo no budismo um questionador se torna uma presença incômoda, como eu descobri por mim mesmo. Um dia percebi que não é de todo justo usar o exemplo de Tomé para condenar todos os que simplesmente não conseguem crer cegamente. Senão, vejamos: Segundo o texto bíblico, Tomé conviveu com o próprio Jesus. Teve muitas provas e viu muitas maravilhas... Até pessoas sendo ressuscitadas! Mesmo assim, precisou ver e tocar para crer. A diferença entre ele e alguém que apenas leu e ouviu falar é imensa!.. Talvez eu pense demais, e penso que penso demais. Às vezes o raciocínio parece inimigo da fé (Mas não consigo entender porque isto é assim). Por que estou dizendo estas coisas? Porque eu não entendo a reação de cultuar/adorar tudo que pareça maravilhoso, mágico. Tudo que é desconhecido leva a reações irracionais, pretensamente místicas. Com a questão dos OVNIs não é diferente.
Depois de ter visto o que vi, e devido aos sonhos que tive, resolvi procurar por respostas. Tomei essa decisão depois que estes sonhos começaram a aumentar, em quantidade, intensidade e principalmente “realidade”. Num destes dias, em que me via remoendo um desses sonhos tão vívidos, assisti na TV uma entrevista com Angela Cristina de Paschoal, fundadora e diretora do instituto de pesquisa Espaço Kroon. Ela era (e é) uma mulher muito estranha, exibindo sempre um calombo na testa, bem na altura do chakra Ajna ou Agnya, chamado popularmente de chakra “da terceira visão”. Segundo seu próprio testemunho, e o de um rapaz que a acompanhava na entrevista, ela mantinha contatos freqüentes com seres extraterrestres, embora nessa ocasião não tenha deixado claro como isso acontecia. E dizia que, justamente nos períodos de contato mais íntimo e constante, esse calombo aumentava de tamanho e assumia uma coloração mais intensa, avermelhada.
Até aí, novidade alguma, entre tantos malucos que contam histórias esdrúxulas sobre ETs e abduções. A não ser o fato de ela afirmar e reafirmar o tempo todo que o seu grupo de pesquisa se valia estritamente de métodos científicos para o estudo dos fenômenos. Que não tinha nada a ver com misticismo. E que o seu objetivo era encontrar evidências cada vez mais incontestáveis da realidade das visitas extraterrestres. Ela afirmava ainda possuir inúmeros documentos (entre fotos, filmes, cópias de documentos oficiais da aeronáutica, etc) e farto material comprobatório da existência dos UFOs e das visitas dos ETs. Mas ela realmente chamou a minha atenção quando começou a narrar uma série de casos de “contatados”, que seriam pessoas comuns, supostamente “escolhidas” por algum motivo que não sabemos avaliar: Contou três ou quatro casos de pessoas que tiveram avistamentos durante a infância e que depois de alguns anos começaram a ter sonhos realistas com naves e abduções. Disse ainda que a maioria dos casos trazia um ponto em comum: O suposto “contatado”, ao acordar, só mantinha a memória até o momento do sonho em que estava prestes a ser capturado por um OVNI, e que lhe parecia acordar logo em seguida, com a sensação de cansaço.
Pra quem leu o post anterior, não preciso dizer que essa parte me tocou. Ela acabara de descrever exatamente aquilo que vinha acontecendo comigo, em detalhes. E resolvi que valeria a pena conhecer este grupo de pesquisa. Embora o “centro operacional” do Espaço Kroon ficasse em outra cidade, e as reuniões acontecessem em dias e horários que me eram bastante inconvenientes, eu nunca deixaria de verificar aquilo de perto. E lá me fui, eterno peregrino em busca da verdadeira Verdade...
Espaço Kroon: Um grande sobrado no inacessível bairro Camilópolis, na cidade de Santo André. Terça a feira à noite. Muita gente reunida. Pessoas esquisitas (pelo menos me senti em casa :P). Fui recebido por uma freqüentadora antiga do lugar, que me apresentou a todos e me levou a conhecer as instalações de perto, contando detalhes das atividades que eram realizadas ali. Conheci a sala de “transcomunicação instrumental", onde se procuram gravar vozes e estabelecer contatos com “entidades” extra-terrestres. Ali haviam alguns monitores de TV conectados a um computador e a gravadores. Havia também uma sala de arquivo, com uma respeitável biblioteca especializada e arquivo de fotos e vídeo, incluindo os registros de alguns dos fenômenos mais importantes ocorridos até hoje ao redor do mundo. Realmente existem, catalogados, casos impressionantes, imagens avaliadas por especialistas em fotografia, de diversas partes do mundo, que permanecem inexplicáveis. Muitas fotos tiradas na década de 70 e antes, quando ainda não era possível realizar fraudes tão convincentes por meio do Photoshop, mostram luzes parecidas com as que eu vi, tendo como referência a Lua, nuvens, montanhas ao fundo, etc. Há imagens impressionantes de UFOs entrando no mar, em sentido vertical, o que nos permite considerar novas teorias, como a de que o fenômeno talvez não tenha origem em outros planetas, enfim, mas sim no interior do globo terrestre ou no mais profundo dos mares. Afinal, o homem ainda não é capaz de chegar nas maiores profundidades dos oceanos (Alguém aí assistiu ao filme “O Segredo do Abismo”? Recomendo...).
Mas o maior e principal intuito do Espaço Kroon era o contato com nossos “visitantes” misteriosos. Este era o objetivo principal. Esses contatos, segundo os participantes, já aconteciam há algum tempo, principalmente através da fundadora, que seria uma espécie de “médium”, capaz de contatar os ETs por meio de “canalização mental”. Entre os freqüentadores do instituto, era comum a idéia de que não só a existência dos OVNIs é um fato, mas também a de que existem alienígenas entre nós, misturados à nossa sociedade, caminhando pelas ruas e trabalhando em repartições públicas, com forma humana, no intuito de nos conhecer de perto e nos ajudar. Acreditam também numa certa hierarquia dos ETs, e fazem uma classificação das suas diversas “raças”. Os mais conhecidos do público leigo, através de filmes e revistas, seriam os “grays” (cinzas), aqueles mesmos, pequenos e com grandes olhos numa cabeçorra desproporcional ao corpinho magérrimo. Hmmmmmm... Já comecei a não gostar. Mas até aí, tudo bem, já que essas crenças todas não eram impostas, em momento algum, apenas havia um “grupo” dentro do grupo maior, que seguia essa linha mais “viagem na maionese”. Conheci uma garota muito interessante dentro do Espaço, com a qual cheguei a fazer amizade. Uma linda loura, que estava cursando o último ano de jornalismo, e se dizia questionadora, mas estava plenamente convencida da realidade dos contatos com aliens, ali realizados. Muito misteriosa (acho que estava tentando fazer um pouco de chame, na verdade), dizia que não podia me contar tudo, mas que podia afirmar e me garantir que os contatos aconteciam mesmo, e que ela já tivera inúmeras provas incontestáveis desse fenômeno.
Já em outras visitas, procurei me aprofundar junto àqueles supostos especialistas, a respeito do meu próprio caso. Me disseram que deveria iniciar um treinamento específico, que com certeza o meu caso trazia todas as características dos casos dos contatados. Colocaram-me numa sala, com um bloco de papel e uma caneta nas mãos, depois apagaram as luzes e me disseram que deveria me concentrar. Ao meu lado, uma “pesquisadora” veterana do Instituto murmurava numa voz suave: “Se há algum visitante de outros planos, por aqui, manifeste-se ao nosso novo amigo” ... “Se vossas senhorias por algum motivo levaram este rapaz para viagens fora do nosso planeta, por favor, manifestem-se”...
Eu dou a minha palavra de que no começo até tentei levar a sério… Mas, depois de alguns minutos, quando ela começou a me pedir que deixasse a mão segurando a caneta “solta” sobre as folhas em branco, para ver se alguma coisa acontecia, eu não pude conter um sorriso. Mesmo assim, eu fiz o que ela pediu. Deixei minha mão o mais solta que pude, sobre a folha, segurando a caneta. Ficamos nisso um bom tempo. Nada. Quando a mulher já fazia menção de se levantar para acender as luzes, eu não resisti (;-P): Comecei a mover minha mão, me esforçando ao máximo para não rir, e rabisquei algumas letras na folha. A pobre mulher se empolgou. “São eles! São eles!” – Depois que terminou a “sessão”, minha folha de papel rabiscada passava de mãos em mãos. Os “especialistas” do instituto franziam as sobrancelhas enquanto examinavam, muito sérios, os rabiscos. Um deles chegou a arriscar: “Pela minha experiência, isto quer dizer que em breve voltarão a falar com você, através de sonhos!”... Foi a gota d´água! Eu não sou um cara encrenqueiro, mas ali, naquele momento, a brincadeira perdeu a graça. Simplesmente estava em busca de uma resposta séria para minhas indagações. E tudo que eu esperava era um “Não sei” verdadeiro, seguido de um “Vamos tentar entender juntos”, e talvez um “O seu caso se parece muito com estes outros, vamos comparar semelhanças...”. Mas jamais esperava encontrar um intrincado e desconexo roteiro de filme de ficção científica, escrito em conjunto por um grupo de pessoas insanas, misturando essa misteriosa realidade com espiritualidade. Ficção por ficção, prefiro “Star Wars”...
Levantei-me e disse: “Fui eu que fiz esses rabiscos. Nenhum ET esteve aqui. Se a sua experiência diz que isso significa que vou sonhar de novo, ou qualquer outra coisa, então sua experiência não serve pra nada, a não ser confundir os ingênuos, o que graças a Deus não é o meu caso. Estou indo, e obrigado pelo seu tempo”. Olhos arregalados me olhavam, quando desci as escadas, irritado. Ainda tive tempo para um olhar pra minha amiga loura, e um erguer de ombros. Ela retribuiu o olhar, envergonhada. Eu nunca mais voltei a vê-la. Àquela altura já tinha percebido que minha pesquisa sobre UFOs não haveria de obter resultados por essa via...
O que acontece se um questionador por natureza, como eu, rejeita as dúvidas que surgem ao longo do percurso, sem refletir, testar e ponderar muito bem, aceitando cegamente qualquer proposta de fé? Simples: Estas mesmas dúvidas, depois de um tempo e quando menos se espera, voltam para reclamar espaço. Vão perturbar, enlouquecer, e por fim derrubar por terra todas as convicções que foram instaladas “à força”. Eu sei. Já vivi isso, mais de uma vez. Muitas vezes eu desejei ser igual àquelas pessoas que se encontram nos templos de qualquer denominação religiosa, que crêem sem precisar ver. E eu sempre me sentindo “Tomé”, precisando ver, testar, comprovar tudo por mim mesmo. Até mesmo no budismo um questionador se torna uma presença incômoda, como eu descobri por mim mesmo. Um dia percebi que não é de todo justo usar o exemplo de Tomé para condenar todos os que simplesmente não conseguem crer cegamente. Senão, vejamos: Segundo o texto bíblico, Tomé conviveu com o próprio Jesus. Teve muitas provas e viu muitas maravilhas... Até pessoas sendo ressuscitadas! Mesmo assim, precisou ver e tocar para crer. A diferença entre ele e alguém que apenas leu e ouviu falar é imensa!.. Talvez eu pense demais, e penso que penso demais. Às vezes o raciocínio parece inimigo da fé (Mas não consigo entender porque isto é assim). Por que estou dizendo estas coisas? Porque eu não entendo a reação de cultuar/adorar tudo que pareça maravilhoso, mágico. Tudo que é desconhecido leva a reações irracionais, pretensamente místicas. Com a questão dos OVNIs não é diferente.
Depois de ter visto o que vi, e devido aos sonhos que tive, resolvi procurar por respostas. Tomei essa decisão depois que estes sonhos começaram a aumentar, em quantidade, intensidade e principalmente “realidade”. Num destes dias, em que me via remoendo um desses sonhos tão vívidos, assisti na TV uma entrevista com Angela Cristina de Paschoal, fundadora e diretora do instituto de pesquisa Espaço Kroon. Ela era (e é) uma mulher muito estranha, exibindo sempre um calombo na testa, bem na altura do chakra Ajna ou Agnya, chamado popularmente de chakra “da terceira visão”. Segundo seu próprio testemunho, e o de um rapaz que a acompanhava na entrevista, ela mantinha contatos freqüentes com seres extraterrestres, embora nessa ocasião não tenha deixado claro como isso acontecia. E dizia que, justamente nos períodos de contato mais íntimo e constante, esse calombo aumentava de tamanho e assumia uma coloração mais intensa, avermelhada.
Até aí, novidade alguma, entre tantos malucos que contam histórias esdrúxulas sobre ETs e abduções. A não ser o fato de ela afirmar e reafirmar o tempo todo que o seu grupo de pesquisa se valia estritamente de métodos científicos para o estudo dos fenômenos. Que não tinha nada a ver com misticismo. E que o seu objetivo era encontrar evidências cada vez mais incontestáveis da realidade das visitas extraterrestres. Ela afirmava ainda possuir inúmeros documentos (entre fotos, filmes, cópias de documentos oficiais da aeronáutica, etc) e farto material comprobatório da existência dos UFOs e das visitas dos ETs. Mas ela realmente chamou a minha atenção quando começou a narrar uma série de casos de “contatados”, que seriam pessoas comuns, supostamente “escolhidas” por algum motivo que não sabemos avaliar: Contou três ou quatro casos de pessoas que tiveram avistamentos durante a infância e que depois de alguns anos começaram a ter sonhos realistas com naves e abduções. Disse ainda que a maioria dos casos trazia um ponto em comum: O suposto “contatado”, ao acordar, só mantinha a memória até o momento do sonho em que estava prestes a ser capturado por um OVNI, e que lhe parecia acordar logo em seguida, com a sensação de cansaço.
Pra quem leu o post anterior, não preciso dizer que essa parte me tocou. Ela acabara de descrever exatamente aquilo que vinha acontecendo comigo, em detalhes. E resolvi que valeria a pena conhecer este grupo de pesquisa. Embora o “centro operacional” do Espaço Kroon ficasse em outra cidade, e as reuniões acontecessem em dias e horários que me eram bastante inconvenientes, eu nunca deixaria de verificar aquilo de perto. E lá me fui, eterno peregrino em busca da verdadeira Verdade...
Espaço Kroon: Um grande sobrado no inacessível bairro Camilópolis, na cidade de Santo André. Terça a feira à noite. Muita gente reunida. Pessoas esquisitas (pelo menos me senti em casa :P). Fui recebido por uma freqüentadora antiga do lugar, que me apresentou a todos e me levou a conhecer as instalações de perto, contando detalhes das atividades que eram realizadas ali. Conheci a sala de “transcomunicação instrumental", onde se procuram gravar vozes e estabelecer contatos com “entidades” extra-terrestres. Ali haviam alguns monitores de TV conectados a um computador e a gravadores. Havia também uma sala de arquivo, com uma respeitável biblioteca especializada e arquivo de fotos e vídeo, incluindo os registros de alguns dos fenômenos mais importantes ocorridos até hoje ao redor do mundo. Realmente existem, catalogados, casos impressionantes, imagens avaliadas por especialistas em fotografia, de diversas partes do mundo, que permanecem inexplicáveis. Muitas fotos tiradas na década de 70 e antes, quando ainda não era possível realizar fraudes tão convincentes por meio do Photoshop, mostram luzes parecidas com as que eu vi, tendo como referência a Lua, nuvens, montanhas ao fundo, etc. Há imagens impressionantes de UFOs entrando no mar, em sentido vertical, o que nos permite considerar novas teorias, como a de que o fenômeno talvez não tenha origem em outros planetas, enfim, mas sim no interior do globo terrestre ou no mais profundo dos mares. Afinal, o homem ainda não é capaz de chegar nas maiores profundidades dos oceanos (Alguém aí assistiu ao filme “O Segredo do Abismo”? Recomendo...).
Mas o maior e principal intuito do Espaço Kroon era o contato com nossos “visitantes” misteriosos. Este era o objetivo principal. Esses contatos, segundo os participantes, já aconteciam há algum tempo, principalmente através da fundadora, que seria uma espécie de “médium”, capaz de contatar os ETs por meio de “canalização mental”. Entre os freqüentadores do instituto, era comum a idéia de que não só a existência dos OVNIs é um fato, mas também a de que existem alienígenas entre nós, misturados à nossa sociedade, caminhando pelas ruas e trabalhando em repartições públicas, com forma humana, no intuito de nos conhecer de perto e nos ajudar. Acreditam também numa certa hierarquia dos ETs, e fazem uma classificação das suas diversas “raças”. Os mais conhecidos do público leigo, através de filmes e revistas, seriam os “grays” (cinzas), aqueles mesmos, pequenos e com grandes olhos numa cabeçorra desproporcional ao corpinho magérrimo. Hmmmmmm... Já comecei a não gostar. Mas até aí, tudo bem, já que essas crenças todas não eram impostas, em momento algum, apenas havia um “grupo” dentro do grupo maior, que seguia essa linha mais “viagem na maionese”. Conheci uma garota muito interessante dentro do Espaço, com a qual cheguei a fazer amizade. Uma linda loura, que estava cursando o último ano de jornalismo, e se dizia questionadora, mas estava plenamente convencida da realidade dos contatos com aliens, ali realizados. Muito misteriosa (acho que estava tentando fazer um pouco de chame, na verdade), dizia que não podia me contar tudo, mas que podia afirmar e me garantir que os contatos aconteciam mesmo, e que ela já tivera inúmeras provas incontestáveis desse fenômeno.
Já em outras visitas, procurei me aprofundar junto àqueles supostos especialistas, a respeito do meu próprio caso. Me disseram que deveria iniciar um treinamento específico, que com certeza o meu caso trazia todas as características dos casos dos contatados. Colocaram-me numa sala, com um bloco de papel e uma caneta nas mãos, depois apagaram as luzes e me disseram que deveria me concentrar. Ao meu lado, uma “pesquisadora” veterana do Instituto murmurava numa voz suave: “Se há algum visitante de outros planos, por aqui, manifeste-se ao nosso novo amigo” ... “Se vossas senhorias por algum motivo levaram este rapaz para viagens fora do nosso planeta, por favor, manifestem-se”...
Eu dou a minha palavra de que no começo até tentei levar a sério… Mas, depois de alguns minutos, quando ela começou a me pedir que deixasse a mão segurando a caneta “solta” sobre as folhas em branco, para ver se alguma coisa acontecia, eu não pude conter um sorriso. Mesmo assim, eu fiz o que ela pediu. Deixei minha mão o mais solta que pude, sobre a folha, segurando a caneta. Ficamos nisso um bom tempo. Nada. Quando a mulher já fazia menção de se levantar para acender as luzes, eu não resisti (;-P): Comecei a mover minha mão, me esforçando ao máximo para não rir, e rabisquei algumas letras na folha. A pobre mulher se empolgou. “São eles! São eles!” – Depois que terminou a “sessão”, minha folha de papel rabiscada passava de mãos em mãos. Os “especialistas” do instituto franziam as sobrancelhas enquanto examinavam, muito sérios, os rabiscos. Um deles chegou a arriscar: “Pela minha experiência, isto quer dizer que em breve voltarão a falar com você, através de sonhos!”... Foi a gota d´água! Eu não sou um cara encrenqueiro, mas ali, naquele momento, a brincadeira perdeu a graça. Simplesmente estava em busca de uma resposta séria para minhas indagações. E tudo que eu esperava era um “Não sei” verdadeiro, seguido de um “Vamos tentar entender juntos”, e talvez um “O seu caso se parece muito com estes outros, vamos comparar semelhanças...”. Mas jamais esperava encontrar um intrincado e desconexo roteiro de filme de ficção científica, escrito em conjunto por um grupo de pessoas insanas, misturando essa misteriosa realidade com espiritualidade. Ficção por ficção, prefiro “Star Wars”...
Levantei-me e disse: “Fui eu que fiz esses rabiscos. Nenhum ET esteve aqui. Se a sua experiência diz que isso significa que vou sonhar de novo, ou qualquer outra coisa, então sua experiência não serve pra nada, a não ser confundir os ingênuos, o que graças a Deus não é o meu caso. Estou indo, e obrigado pelo seu tempo”. Olhos arregalados me olhavam, quando desci as escadas, irritado. Ainda tive tempo para um olhar pra minha amiga loura, e um erguer de ombros. Ela retribuiu o olhar, envergonhada. Eu nunca mais voltei a vê-la. Àquela altura já tinha percebido que minha pesquisa sobre UFOs não haveria de obter resultados por essa via...
Consideração final: Para encerrar o tema (ao menos por enquanto), gostaria de esclarecer que intitulei esse post como OVNI? - assim, com uma interogação, pelo simples fato de que essa sigla significa Objeto Voador Não Identificado. Acontece que, a respeito desse fenômeno, nós não sabemos o suficiente nem para chamá-lo assim. Afinal, não podemos ter a certeza de que se tratam de "objetos".
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