03 outubro 2006

De volta ao Espiritismo

Agora que eu havia tomado uma decisão, ainda que provisória, sobre o modo como cuidaria da parte prática da minha vida, e agora que finalmente assumira, para mim mesmo, minhas reais prioridades, encontrei o tempo de que precisava para continuar minha Busca.

Iniciei uma fase muito produtiva. Agora que já tinha bases bem sólidas para usar como parâmetros, resolvi que teria que reiniciar essa Busca como se fosse do "zero". Através das práticas meditativas conquistara uma única certeza: Sou nada e nada sei. O ser humano deixa de aprender e evoluir no exato instante em que começa a pensar que já sabe o suficiente. Manter-se consciente da própria insignificância é condição indispensável para qualquer um que se disponha a aprender. E lá estava eu de volta na "estrada".

Eu já tinha conhecimento sobre muitas religiões e mestres, do muito que lera nos livros e pesquisara pelas bibliotecas da vida. Mas, como eu tenho por princípio não falar daquilo que eu não conheço realmente, só me permitia considerar conhecedor de alguma doutrina a partir do momento em que a conhecesse de fato: Pra formar opinião, precisava conhecer o lugar, o templo, seus líderes ou sacerdotes, o culto, a doutrina e todos os seus rituais. Por isso, naquele momento eu percebia que, sendo eu um brasileiro, havia uma lacuna no meu “currículo” de buscador que precisava ser urgentemente preenchida. Precisava conhecer o Espiritismo. E, se havia verdade nesta doutrina, eu iria descobrir. Com pureza de coração e verdade na alma.

Sobre a história do Espiritismo, sua doutrina e seus fundamentos, eu já sabia praticamente tudo que há para se saber, do muito que pesquisara. Provavelmente eu não tinha me interessado antes em conhecer mais de perto essa religião porque quis conhecer primeiro as mais antigas instituições religiosas do mundo: O Cristianismo; nas formas de Catolicismo, Protestantismo, Pentecostalismo e Neo-Pentecostalismo. Depois, as principais escolas e conceitos de meditação (num primeiro momento, ainda desvinculadas de suas origens religiosas). E então o Budismo. Como já disse, paralelamente à estas experiências, eu ia formando, através do estudo, as bases do meu conhecimento a respeito de outras religiões, entre elas o Judaísmo, o Hinduísmo, Brahmanismo, as religiões ameríndias e outras.

Pois bem. Meu primeiro passo foi procurar a Federação Espírita Brasileira, cujo braço aqui em São Paulo é o FEESP, que fica na Rua Maria Paula, Bairro da Bela Vista. Ali mesmo assisti algumas palestras, com o objetivo de consolidar meus conhecimentos a respeito da religião que vem crescendo tanto aqui no meu país, devagar mas solidamente, ao que parece. Na própria Federação, adquiri alguns endereços de Centros “Kardecistas” filiados. Os outros “tipos” de centros considerados espíritas, como os de Umbanda e Candomblé, realmente nunca me interessaram. Uma seita cujos terreiros alguém pode procurar com o objetivo de fazer o mal ao próximo não merece o título de religião, e também não vale o tempo de se conhecer, a não ser, talvez, por uma questão de pura curiosidade.

O Centro a que fui indicado ficava no Bairro da Mooca, e lá fui eu atrás de conhecimento e Verdade. Como sempre, antes de me dirigir ao local, fiz uma oração pedindo orientação. Pedi que se ali estivesse a Verdade que eu tanto buscava, que eu tivesse a sensibilidade para perceber, e se fosse o caso, fazer daquele o meu caminho definitivo.

Uma detalhe interessante e que tem muito a ver com as conclusões a que eu haveria de chegar: Exatamente no dia em que programara minha visita ao Centro, aconteceu algo muito desagradável: Levei um fora de uma namorada com quem já me relacionava há alguns meses, e fiquei emocionalmente arrasado. Só não desisti de fazer a visita naquele dia porque achei que, além de tudo, seria uma ótima maneira de mudar o foco dos meus pensamentos.

Continua...