19 junho 2006

Luz!!


Esta é a continuação de “O Primeiro Pilar”. Eu interrompi a sequência dos posts para contar minha pequena aventura como candidato ao seminário. Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer o porquê de considerar a Bíblia como um "Pilar", mesmo com a dureza do Antigo Testamento e todas as suas aparentes contradições. A leitura da Bíblia, na íntegra, numa fase tão delicada de minha vida (a transição infância/ adolescência), destruiu em mim a inocência. Abriu meus olhos, definitivamente, para o Conhecimento que eu buscava, embora isto tenha se dado de uma maneira que eu jamais poderia supor. Hoje, eu sei que é assim que Ele age. DEUS (é apenas um modo de chamar – pretendo falar mais sobre isto) nunca é previsível. Mesmo que conheçamos certas “regras” Suas, nós nunca conseguimos prever Seus movimentos. Ler o Antigo Testamento por pouco não me destruiu. Foi algo que me feriu profundamente, provavelmente a experiência mais traumática de toda minha vida, até hoje. Tudo que eu era foi abalado. O Antigo Testamento, ou a Torá judaica, é livro sagrado para as três principais religiões monoteístas do mundo (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo). Também é considerado sagrado por grupos hindus e para um sem número de seitas espiritualistas around the world. E foi através dele que eu entendi o que significam humanidade e transcendência. Sim, de um jeito muito duro. Porém, era o que eu precisava para despertar de vez deste mundo/sonho ilusório, que nos cerca e cega, e transforma almas belas em zumbis. O choque me separou de vez desta ilusão de Maya/Matrix. Mas não é só por isso que considero a Bíblia como um dos Pilares que sustentam todo o conjunto de meus princípios e convicções...

Quando estamos tão aprofundados num túnel, tão perdidos que já não podemos enxergar nenhum vestígio de luz, e a treva parece não ter fim, é porque chegamos ao pior ponto, o mais fundo. Mas é um fato, que, daí, só podemos avançar para a luz. E assim foi para mim. Depois da Antiga Aliança, a Nova e Eterna Aliança! Cheguei ao Novo Testamento, e finalmente, ele surgiu em minha vida. Poderoso, destruidor e consolador: O Rei dos reis, o Príncipe da paz. Filho de Deus e Filho do homem... Imenso, majestoso, mas o menor entre os pequeninos. O menor e o maior, o de fora e o de dentro, o Alfa e o Ômega. Jesus, de Nazaré.

A maioria das pessoas não tem noção da importância de se ler o Antigo Testamento antes do Novo. Isto só é tão importante porque é assim que conseguimos entender a dimensão da importância da mensagem do Cristo. Quem lê o Antigo Testamento é transportado para aquele lugar e aquela época, onde homens apedrejavam outros homens até à morte por discordarem de seus pontos de vista. Quando mulheres grávidas e crianças de peito eram assassinadas ao fio da espada por pertencerem a um outro povo que não fosse o “escolhido” por Deus. Você fica sabendo que pais sacrificavam seus filhos, em homenagem ao Deus que acreditavam habitar a abóbada celeste. E que espancar esposas era permitido. O ódio era permitido. E o peso de todo mal praticado, se aliviava, degolando-se animais no templo. Você entende que estas pessoas realmente acreditavam que o DEUS magnânimo, Criador e Regente Supremo, de todo o Universo, nutria uma predileção incondicional por um povo irracional e duro de coração. Foi nesse ambiente que Jesus nasceu. Pobre e simples. E foi para essas pessoas que ele proferiu discursos como os que ficararam registrados em

Matheus C. 5. Por fim, ele se deu em sacrifício por uma humanidade desumana, que ria enquanto ele agonizava pendurado numa cruz. Conhecer o Antigo Testamento antes da história de Jesus faz ampliar, mil vezes, a importância das coisas que ele fez e disse. Faz perceber que este salvador foi, sem dúvida, o maior de todos os revolucionários. O mundo nunca mais seria o mesmo, depois dele, tanto para crentes quanto para céticos. Encontrar o Mestre foi encontrar a claridade do sol, depois de uma terrível noite de pesadelos.

Um novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.

Amar a DEUS sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Isto resume toda a Lei e tudo que disseram os Profetas.

E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.