Sahaja Yoga e Shri Mataji
No ashram (escola) Sahaja Yoga foi que (depois dos livros) primeiro tomei contato, diretamente, com a religião e a cultura hindus. Ali conheci as práticas ancestrais, antiqüíssimas, para se promover a ascensão da "Kundalini", a energia vital divina que habita cada ser humano, e que se encontra “adormecida” na região do osso sacro ou cóccix, no "Muladhara Chakra". Fazer essa energia subir, serpenteando pelos três canais energéticos chamados “nádis” até uma área no topo do crânio, denominada "lótus de mil pétalas", significaria alcançar a total "conexão" com o Universo e com a Verdade absoluta. Desde tempos imemoriais, os que desejassem alcançar essa conexão seriam obrigados a buscá-la por meio de técnicas muito difíceis, permanentes. Meditação (muita), treinamento físico e mental, auto-observação perene e a prática constante dos Yamas e Nyamas (preceitos morais e éticos) - na Índia, todo esse conjunto de coisas é o que se chama de Yoga. Shri Mataji, a instituidora do Sahaja Yoga, teria vindo ao mundo com a missão de facilitar, enormemente, todo esse trabalho - por meio da sua intervenção, se tornaria possível, a todo buscador, alcançar a liberação do jugo dos sentidos físicos, independente de disciplinas rigorosas. Mas, como ela faria isso? Através exatamente da abertura deste sétimo e último chakra, o "Sahastrara", localizado no topo da cabeça, o único que ainda se encontrava fechado antes da sua vinda. Há milhares de anos, todos os chakras estavam fechados, impedindo a evolução humana (daí tanta dificuldade); mas, no transcorrer da História, grandes avatares vieram ao mundo para abri-los, um por um, a intervalos regulares. Shri Mataji seria a última dessa "linhagem".
A história de Sri Mataji Nirmala Devi, segundo seus devotos
Shri Mataji Nirmala Devi nasceu em 21 de março de 1923. Seus pais eram Prasad e Cornelia Salve, descendentes diretos da dinastia real Shalivahana. Vendo a beleza da criança, eles a chamaram Nirmala, que significa Imaculada. Mais tarde ela tornou-se conhecida pelo nome de Shri Mataji Nirmala Devi, a mãe reverenciada, que nasceu com sua completa Auto-Realização e sabia desde a infância que possuía um dom único que deveria ser repassado para toda a humanidade. Shri Matataji, que quando criança viveu no ashram de Mahatma Ghandi, era freqüentemente procurada por ele, para consultas espirituais. Isso mesmo: Ghandi pedia orientação para essa menina (então com 14 anos)... Mais tarde, Shri Matataji casou-se com Sir C. P. Srivastava, que era secretário da ONU para assuntos marítimos. Valendo-se da oportunidade que tinha, devido à profissão do marido, de viajar pelo mundo inteiro, Shri Matataji iniciou o trabalho de divulgação da sua doutrina por diversos países. Conforme já mencionado, ela nasceu para trazer ao mundo a possibilidade da completa realização do “Si”, a evolução para um novo estágio humano, e esta missão seria realizada através da abertura do sétimo chakra, coisa que só ela seria capaz de fazer. Na linhagem de grandes avatares que vieram antes dela, com o trabalho de abrir os sucessivos chakras e liberar os mortais das suas limitações (incluindo, entre outros, Lao-Tsé e Confúcio), Shri Matataji seria a “sucessora” imediata de Jesus Cristo: Ele teria vindo para realizar a “abertura” do sexto e penúltimo chakra, na via do “despertar” ou elevação da Kundalini, o "Agnya Chakra". Este é exatamente o chakra no qual se cruzam os três canais energéticos por onde ocorre a elevação da Kundalini; o que justificaria a frase de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” – já que é impossível se chegar ao último chakra sem passar por este, aberto por ele. Sem ele, nada seria possível. Nem a missão de Shri Matataji, que veio para consumar Tudo em todos.
A abertura do último chakra, por Shri Matataji, segundo seus devotos
No ano de 1970, Shri Matataji compareceu a um dos grandes encontros que eram então promovidos por Osho (na época conhecido com Bhagwan Shri Rajneesh) em grandes campos a céu aberto, na Índia. Ao chegar no local, viu as multidões de seguidores do polêmico “guru” se comportando, segundo ela, como porcos. Muitos andavam de quatro no chão enlameado, sacudindo seus corpos e gemendo. Outros tantos rastejavam e/ou rolavam na lama, urrando alto o “grito de guerra” ensinado pelo seu mestre: “Hooh! hooh! hooh! hooh!..” Também ocorriam orgias e sexo grupal, pelos cantos, no chão mesmo, aqui e ali (Osho pregava a total “não repressão” dos sentidos, e seus discípulos o seguiam ao pé da letra). Vendo em que se tornavam as pessoas, em suas buscas pelo sagrado, quando lideradas por um falso mestre, Shri Matataji se consternou e resolveu que naquele dia mesmo tomaria uma atitude. Osho, que a viu e reconheceu de imediato como uma encarnação divina, tentou convencê-la a passar para o "lado negro" (qualquer semelhança com Darth Vader... desculpem, não resisti) - Disse-lhe que, juntos, eles poderiam ganhar o mundo. Mas ela respondeu que a hora tinha chegado, e que agora nada mais iria impedi-la. Dali mesmo ela se retirou para uma praia deserta e se colocou em postura de meditação. Meditou por toda à noite, implorando para que a sua tarefa finalmente pudesse se consumar. Quando o dia já estava nascendo, e os primeiros raios de sol despontavam no horizonte, ela sentiu dentro de si o poder de sua colossal Kundalini se elevando. Pôde ver uma imensa explosão de energia, brilhando de maneira semelhante ao metal em brasa, atravessando todos os chakras dentro de si, um após outro, até que por fim, com um grande estrondo, que pôde ser ouvido a quilômetros dali, o último chakra se abriu, no topo da sua cabeça, iluminado e multicolorido, na forma de um lótus de mil pétalas. Nesse instante, os céus se abriram diante dela, o Universo se transformou num imenso portal, e todas as divindades surgiram e vieram tomar suas posições, cada uma em uma das pétalas desse Lótus incomensurável. Estava feito. A partir desse momento, ninguém mais precisaria perder tempo com as complicadas e difíceis técnicas do Yoga tradicional. Hoje, basta aprender e praticar a meditação Sahaja Yoga, em qualquer dos centros estabelecidos em mais de 85 países mundo afora, para alcançar a iluminação e libertar-se de todas as fraquezas e limitações humanas.
Bonita história, né?.. Vlad Lestat e Roberto devem ter gostado (rs)... Como meus companheiros aqui do blog já devem estar imaginando, eu não duraria muito tempo como membro dessa escola. Foi muito interessante e muito instrutivo enquanto durou, mas depois de pouco tempo eu peguei meu bonezinho e procurei a porta de saída. Eu ainda procurava a Verdade, e não tinha me esquecido disso.
Prassad Rao
Mesmo com todas as incompatibilidades, eu sempre tentei aprender o máximo em cada uma das ordens, seitas e religiões que eu conheci. Através do ashram Sahaja Yoga eu vim a entender realmente o significado do Hinduísmo e da sua proposta de vida. A maior parte destas coisas, eu aprendi diretamente de um indiano autêntico, nascido hindu, que se fez peregrino pelo mundo. O seu nome é Prassad Rao, e ele presidia a maior parte das reuniões e encontros no ashram. Profundo conhecedor das tradições do seu país, apesar de reverenciar muitos deuses, se considerava o mais fiel dos monoteístas, e não via nisso nenhuma contradição. Mas Prassad Rao não é uma exceção, grande parte dos hindus têm esse mesmo modo de pensar, que eu até tentei explicar no espaço dos comentários, mas reconheço que é uma tarefa complicada.
Os hindus praticantes são muito hospitaleiros. Eles não vêem problemas em conviver com pessoas de outras religiões. Como acreditam, por princípio religioso, que Deus está em tudo, para eles não há dificuldades em aceitar que Jesus é manifestação de Deus, que Maomé tenha sido um grande profeta de Deus, ou que Buda tenha sido “o Iluminado”, por graça desse mesmo Deus... Sempre que eu chegava no ashram, era muito agradável entrar na grande sala de meditação, me sentar numa das muitas e muitas almofadas espalhadas sobre os macios tapetes orientais, e então permitir que minha atenção fosse calmamente levada pelos “bhajans” (suave e relaxante música tradicional indiana) que sempre se podia ouvir, em volume baixo, naquele ambiente tranqüilo. A iluminação suave, o perfume do incenso no ar e a chama de uma vela acesa diante do retrato de Shri Mataji, ladeado por arranjos de flores e pétalas, num pequeno altar ao centro, eram capazes de fazer um cara ansioso como eu relaxar por completo. Depois das práticas, lá vinham as yoguinis (moças residentes do ashram), todas vestidas com “saris” (vestidos tradicionais indianos) coloridos, rostos sorridentes e bhindis colados na testa; servir um delicioso chá feito à base de canela e menta. Tenho saudades do clima de amizade entre os frequentadores, da paz e da "energia positiva" reinantes... Foi lá que eu me habituei a usar o termo “buscador” para chamar a todos aqueles que, como eu, buscam a Deus e à Verdade nessa vida.
A história de Sri Mataji Nirmala Devi, segundo seus devotos
Shri Mataji Nirmala Devi nasceu em 21 de março de 1923. Seus pais eram Prasad e Cornelia Salve, descendentes diretos da dinastia real Shalivahana. Vendo a beleza da criança, eles a chamaram Nirmala, que significa Imaculada. Mais tarde ela tornou-se conhecida pelo nome de Shri Mataji Nirmala Devi, a mãe reverenciada, que nasceu com sua completa Auto-Realização e sabia desde a infância que possuía um dom único que deveria ser repassado para toda a humanidade. Shri Matataji, que quando criança viveu no ashram de Mahatma Ghandi, era freqüentemente procurada por ele, para consultas espirituais. Isso mesmo: Ghandi pedia orientação para essa menina (então com 14 anos)... Mais tarde, Shri Matataji casou-se com Sir C. P. Srivastava, que era secretário da ONU para assuntos marítimos. Valendo-se da oportunidade que tinha, devido à profissão do marido, de viajar pelo mundo inteiro, Shri Matataji iniciou o trabalho de divulgação da sua doutrina por diversos países. Conforme já mencionado, ela nasceu para trazer ao mundo a possibilidade da completa realização do “Si”, a evolução para um novo estágio humano, e esta missão seria realizada através da abertura do sétimo chakra, coisa que só ela seria capaz de fazer. Na linhagem de grandes avatares que vieram antes dela, com o trabalho de abrir os sucessivos chakras e liberar os mortais das suas limitações (incluindo, entre outros, Lao-Tsé e Confúcio), Shri Matataji seria a “sucessora” imediata de Jesus Cristo: Ele teria vindo para realizar a “abertura” do sexto e penúltimo chakra, na via do “despertar” ou elevação da Kundalini, o "Agnya Chakra". Este é exatamente o chakra no qual se cruzam os três canais energéticos por onde ocorre a elevação da Kundalini; o que justificaria a frase de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” – já que é impossível se chegar ao último chakra sem passar por este, aberto por ele. Sem ele, nada seria possível. Nem a missão de Shri Matataji, que veio para consumar Tudo em todos.
A abertura do último chakra, por Shri Matataji, segundo seus devotos
No ano de 1970, Shri Matataji compareceu a um dos grandes encontros que eram então promovidos por Osho (na época conhecido com Bhagwan Shri Rajneesh) em grandes campos a céu aberto, na Índia. Ao chegar no local, viu as multidões de seguidores do polêmico “guru” se comportando, segundo ela, como porcos. Muitos andavam de quatro no chão enlameado, sacudindo seus corpos e gemendo. Outros tantos rastejavam e/ou rolavam na lama, urrando alto o “grito de guerra” ensinado pelo seu mestre: “Hooh! hooh! hooh! hooh!..” Também ocorriam orgias e sexo grupal, pelos cantos, no chão mesmo, aqui e ali (Osho pregava a total “não repressão” dos sentidos, e seus discípulos o seguiam ao pé da letra). Vendo em que se tornavam as pessoas, em suas buscas pelo sagrado, quando lideradas por um falso mestre, Shri Matataji se consternou e resolveu que naquele dia mesmo tomaria uma atitude. Osho, que a viu e reconheceu de imediato como uma encarnação divina, tentou convencê-la a passar para o "lado negro" (qualquer semelhança com Darth Vader... desculpem, não resisti) - Disse-lhe que, juntos, eles poderiam ganhar o mundo. Mas ela respondeu que a hora tinha chegado, e que agora nada mais iria impedi-la. Dali mesmo ela se retirou para uma praia deserta e se colocou em postura de meditação. Meditou por toda à noite, implorando para que a sua tarefa finalmente pudesse se consumar. Quando o dia já estava nascendo, e os primeiros raios de sol despontavam no horizonte, ela sentiu dentro de si o poder de sua colossal Kundalini se elevando. Pôde ver uma imensa explosão de energia, brilhando de maneira semelhante ao metal em brasa, atravessando todos os chakras dentro de si, um após outro, até que por fim, com um grande estrondo, que pôde ser ouvido a quilômetros dali, o último chakra se abriu, no topo da sua cabeça, iluminado e multicolorido, na forma de um lótus de mil pétalas. Nesse instante, os céus se abriram diante dela, o Universo se transformou num imenso portal, e todas as divindades surgiram e vieram tomar suas posições, cada uma em uma das pétalas desse Lótus incomensurável. Estava feito. A partir desse momento, ninguém mais precisaria perder tempo com as complicadas e difíceis técnicas do Yoga tradicional. Hoje, basta aprender e praticar a meditação Sahaja Yoga, em qualquer dos centros estabelecidos em mais de 85 países mundo afora, para alcançar a iluminação e libertar-se de todas as fraquezas e limitações humanas.
Bonita história, né?.. Vlad Lestat e Roberto devem ter gostado (rs)... Como meus companheiros aqui do blog já devem estar imaginando, eu não duraria muito tempo como membro dessa escola. Foi muito interessante e muito instrutivo enquanto durou, mas depois de pouco tempo eu peguei meu bonezinho e procurei a porta de saída. Eu ainda procurava a Verdade, e não tinha me esquecido disso.
Prassad Rao
Mesmo com todas as incompatibilidades, eu sempre tentei aprender o máximo em cada uma das ordens, seitas e religiões que eu conheci. Através do ashram Sahaja Yoga eu vim a entender realmente o significado do Hinduísmo e da sua proposta de vida. A maior parte destas coisas, eu aprendi diretamente de um indiano autêntico, nascido hindu, que se fez peregrino pelo mundo. O seu nome é Prassad Rao, e ele presidia a maior parte das reuniões e encontros no ashram. Profundo conhecedor das tradições do seu país, apesar de reverenciar muitos deuses, se considerava o mais fiel dos monoteístas, e não via nisso nenhuma contradição. Mas Prassad Rao não é uma exceção, grande parte dos hindus têm esse mesmo modo de pensar, que eu até tentei explicar no espaço dos comentários, mas reconheço que é uma tarefa complicada.
Os hindus praticantes são muito hospitaleiros. Eles não vêem problemas em conviver com pessoas de outras religiões. Como acreditam, por princípio religioso, que Deus está em tudo, para eles não há dificuldades em aceitar que Jesus é manifestação de Deus, que Maomé tenha sido um grande profeta de Deus, ou que Buda tenha sido “o Iluminado”, por graça desse mesmo Deus... Sempre que eu chegava no ashram, era muito agradável entrar na grande sala de meditação, me sentar numa das muitas e muitas almofadas espalhadas sobre os macios tapetes orientais, e então permitir que minha atenção fosse calmamente levada pelos “bhajans” (suave e relaxante música tradicional indiana) que sempre se podia ouvir, em volume baixo, naquele ambiente tranqüilo. A iluminação suave, o perfume do incenso no ar e a chama de uma vela acesa diante do retrato de Shri Mataji, ladeado por arranjos de flores e pétalas, num pequeno altar ao centro, eram capazes de fazer um cara ansioso como eu relaxar por completo. Depois das práticas, lá vinham as yoguinis (moças residentes do ashram), todas vestidas com “saris” (vestidos tradicionais indianos) coloridos, rostos sorridentes e bhindis colados na testa; servir um delicioso chá feito à base de canela e menta. Tenho saudades do clima de amizade entre os frequentadores, da paz e da "energia positiva" reinantes... Foi lá que eu me habituei a usar o termo “buscador” para chamar a todos aqueles que, como eu, buscam a Deus e à Verdade nessa vida.
Observação: Segundo o Hinduísmo, existem milhares de chakras, espalhados pelo corpo humano, com funções diversas. Os sete chakras citados no post e representados na figura no topo, seriam os chakras maiores ou "principais", por onde se daria, diretamente, a passagem da Kundalini.
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